Igreja de S. Julião no Largo do Sapal, atual largo do Bocage
A Igreja de São Julião, outro dos notáveis edifícios da Praça do Bocage, foi fundada no século XIII e sofreu várias reconstruções nos séculos XVI e XVIII, depois de ter sido danificada pelos terramotos que assolaram Setúbal nestas épocas, como nos conta Maria Conceição Quintas na sua “Monografia de São Julião”.
“Tal facto levou a que a sua aparência original fosse adulterada, especialmente depois das obras consequentes ao terramoto de 1755, realizadas apenas no reinado de D. Maria I. Conservam-se, entretanto, os portais manuelinos.
“Fundada por pescadores, a pequena igreja foi reedificada no século XVI, por carta régia de D. Manuel I, dada em Évora no dia 2 de Fevereiro de 1513. A obra foi entregue ao arquitecto João Favacho, tendo o Rei enviado, no ano anterior, uma Provisão ordenando aos moradores de Setúbal que pagassem a reconstrução deste imóvel, embora o Mestre da Ordem de Santiago contribuísse com 500$000 réis.
“Em 1568 foi constituída, nesta paróquia, a Irmandade das Almas.
“Novo terramoto deixa a Igreja de São Julião em muito mau estado. Era o ano de 1531. A reconstrução teve lugar em 1570, sendo então a Capela do Sacríssimo Sacramento revestida de bela talha dourada. Era a capela de Francisco Rodrigues de Almeida, fidalgo da Casa Real e administrador do morgado instituído por Martim de Faria e D. António de Mello, que ouviam diariamente missa na referida capela.
“A procissão da acção de graças pela celebração, em Setúbal, do Tratado de Paz entre Portugal e Espanha, saiu desta igreja em direcção a Santa Maria da Graça, no dia 10 de Fevereiro de 1668.
“Alguns estudiosos afirmam que este monumento estaria virado para o norte, porque nesta direcção se encontra o seu mais belo portal, com uma artística escultura, resguardada por um alpendre destruído pelo terramoto de 1755. A situação do templo era, então, catastrófica. Após a sua reedificação, o poeta setubalense Tomás Aquino dos Santos e Silva dedicou uma canção ao acontecimento, incluída nas suas obras, editadas em 1792. Durante as obras de reconstrução do templo, a sede da paróquia foi transferida para a Igreja do Socorro, incapaz de satisfazer as necessidades da população, dada a sua pequenez. A reconstrução só foi possível em 1766.
“No terramoto de 1858, embora o Bairro de Tróino fosse o mais afectado, a Igreja de São Julião sofreu também alguns prejuízos: caíram as quatro piras de pedra que lhe ornavam a frente e ainda umas casas baixas, junto ao monumento, pertença de José Joaquim de Oliveira. Os dois fogaréus da fachada principal, derrubados durante este sismo, não voltaram a ser repostos.
“O interior da igreja, constituído por três naves, foi decorado pelo pinto setubalense João Eloy Ferreira do Amaral. No seu interior podem ainda admirar-se maravilhosos painéis de azulejos do século XVIII, mostrando cenas da vida de São Julião. Dois belos portais manuelinos cingem as suas fachadas. O do lado norte é considerado pelos especialistas como um dos mais beleos exemplares do país.
“O relógio da torre, construído na Suiça, começou a funcionar em Maio de 1876 [actualmente está parado e o sino não toca], facto que fez vibrar a população e a imprensa local.”
A Igreja de São Julião, outro dos notáveis edifícios da Praça do Bocage, foi fundada no século XIII e sofreu várias reconstruções nos séculos XVI e XVIII, depois de ter sido danificada pelos terramotos que assolaram Setúbal nestas épocas, como nos conta Maria Conceição Quintas na sua “Monografia de São Julião”.
“Tal facto levou a que a sua aparência original fosse adulterada, especialmente depois das obras consequentes ao terramoto de 1755, realizadas apenas no reinado de D. Maria I. Conservam-se, entretanto, os portais manuelinos.
“Fundada por pescadores, a pequena igreja foi reedificada no século XVI, por carta régia de D. Manuel I, dada em Évora no dia 2 de Fevereiro de 1513. A obra foi entregue ao arquitecto João Favacho, tendo o Rei enviado, no ano anterior, uma Provisão ordenando aos moradores de Setúbal que pagassem a reconstrução deste imóvel, embora o Mestre da Ordem de Santiago contribuísse com 500$000 réis.
“Em 1568 foi constituída, nesta paróquia, a Irmandade das Almas.
“Novo terramoto deixa a Igreja de São Julião em muito mau estado. Era o ano de 1531. A reconstrução teve lugar em 1570, sendo então a Capela do Sacríssimo Sacramento revestida de bela talha dourada. Era a capela de Francisco Rodrigues de Almeida, fidalgo da Casa Real e administrador do morgado instituído por Martim de Faria e D. António de Mello, que ouviam diariamente missa na referida capela.
“A procissão da acção de graças pela celebração, em Setúbal, do Tratado de Paz entre Portugal e Espanha, saiu desta igreja em direcção a Santa Maria da Graça, no dia 10 de Fevereiro de 1668.
“Alguns estudiosos afirmam que este monumento estaria virado para o norte, porque nesta direcção se encontra o seu mais belo portal, com uma artística escultura, resguardada por um alpendre destruído pelo terramoto de 1755. A situação do templo era, então, catastrófica. Após a sua reedificação, o poeta setubalense Tomás Aquino dos Santos e Silva dedicou uma canção ao acontecimento, incluída nas suas obras, editadas em 1792. Durante as obras de reconstrução do templo, a sede da paróquia foi transferida para a Igreja do Socorro, incapaz de satisfazer as necessidades da população, dada a sua pequenez. A reconstrução só foi possível em 1766.
“No terramoto de 1858, embora o Bairro de Tróino fosse o mais afectado, a Igreja de São Julião sofreu também alguns prejuízos: caíram as quatro piras de pedra que lhe ornavam a frente e ainda umas casas baixas, junto ao monumento, pertença de José Joaquim de Oliveira. Os dois fogaréus da fachada principal, derrubados durante este sismo, não voltaram a ser repostos.
“O interior da igreja, constituído por três naves, foi decorado pelo pinto setubalense João Eloy Ferreira do Amaral. No seu interior podem ainda admirar-se maravilhosos painéis de azulejos do século XVIII, mostrando cenas da vida de São Julião. Dois belos portais manuelinos cingem as suas fachadas. O do lado norte é considerado pelos especialistas como um dos mais beleos exemplares do país.
“O relógio da torre, construído na Suiça, começou a funcionar em Maio de 1876 [actualmente está parado e o sino não toca], facto que fez vibrar a população e a imprensa local.”
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